3 de nov. de 2008

Para onde vai o macarrão arrecadado?

Para qual entidade será destinada o macarrão arrecadado no 1° uberlândia Hardcore?
Para a APAC.


A APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) foi fundada na década de 1970, em São José dos Campos, São Paulo. A partir desta primeira experiência diversas APACs espalharam-se pelo Brasil e também pelo exterior, como método inovador na ressocialização dos condenados pela justiça. Na atualidade, o governo do estado de Minas Gerais adotou como uma das políticas de segurança pública no estado, mediante o tribunal de Justiça e através do Projeto NOVOS RUMOS, a criação de APACs nos municípios mineiros.

A APAC – Uberlândia apesar de ter sido fundada em 1979 e sendo considerada de utilidade pública municipal, permaneceu desativada por alguns anos até que em 1994 a juíza de direito da vara criminal da comarca convidou a atual coordenadora para assumir a condução da Associação. A partir deste convite a equipe da APAC passou a se constituir na única referência relacionada à promoção humana para as pessoas presas, pois antes da APAC essas pessoas não contavam com nenhum tipo de assistência e contra elas eram comuns casos de violência, tanto física quanto emocional, bem como casos de doenças graves e terminais, como AIDs e suas manifestações oportunistas como pneumonia, herpes, tuberculoses, etc. Outro aspecto a ser ressaltado é que devido a falta de trabalhos como os desenvolvidos pela APAC com a população carcerária, tínhamos (toda a sociedade) os resultados da ociosidade dos encarcerados: a reincidência criminal se mantinha em quase 90%.

A APAC, sob a atual direção, iniciou o trabalho artesanal no interior das celas, com recursos advindos de subvenções obtidas na prefeitura municipal. Os primeiros trabalhos foram com palitos de picolé, sendo os objetos comercializados pelos sentenciados no interior do presídio durante visitas e, também, através de exposições realizadas pela Associação (APAC). O dinheiro da venda era proporcionalmente revertido ao artesão, ficando parte dele para a manutenção das atividades. A evangelização foi sistematizada pelos componentes do grupo, com abrangência dos vários credos religiosos, dentro da cadeia.

Com a construção de outro estabelecimento penal houve melhora das condições ambientais, permanecendo, no entanto, as poucas chances de trabalho no interior do presídio. O artesanato foi mantido pela APAC e houve tentativas de se desenvolver programas de alfabetização com os detentos. O trabalho artesanal evoluiu para a produção de tapetes com barbante, que era menos oneroso e de maior aceitação comercial. Foram desenvolvidas também palestras e cultos religiosos diversos, onde também se envolviam as famílias e as crianças, algumas vezes no pátio do presídio, desde que autorizados pelo Diretor do estabelecimento penal.

A APAC firmou parceria com outra instituição (ITEC), passando a promover cursos profissionalizantes, entre eles o de jardinagem e de auxiliar de pedreiro, no interior do presídio. Em 2003, com recursos da subvenção municipal foi ministrado o curso de bijuterias para sentenciadas femininas do presídio, que culminou em desfile das peças em evento realizado no fórum, onde as próprias detentas desfilaram sua produção. Muito além do aspecto meramente financeiro essa atividade buscava o resgate da auto-estima, da valoração e da dignidade dessas mulheres.

Paralelamente, diversas parcerias foram estabelecidas na cidade através da Federação das Industrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG, a partir das quais obteve-se doação de recursos para se implementar uma fábrica de vassouras com utilização de garrafas PET no interior do presídio e doações do poder judiciário, advindas das varas criminais e dos juizados especiais, possibilitando que se adquirisse também uma mini marcenaria e materiais que deram suporte ao trabalho de fabricação de bolsas, tapetes de retalhos “amarradinhos”, proporcionando produtos de boa aceitação no mercado. A partir dessas ações no interior do presídio foram produzidos vários produtos de artesanato que, com o aperfeiçoamento do trabalho, resultou na exportação dos produtos com matéria prima no barbante no montante de uma tonelada de fios.

Em meados de outubro de 2005, frente à demanda crescente de sua clientela e abrangência de suas ações a APAC conseguiu apoio do poder publico municipal e locou uma casa para sua sede. Através de parcerias e convênio com a Secretaria de estado de Defesa Social mantém hoje estrutura para funcionar como albergue para sentenciados do regime semi-aberto, com vaga para 50 pessoas. A construção de sede própria tem recebido enfoque por parte dos dirigentes da Associação, sendo que tramita na Prefeitura Municipal a cessão de um terreno para esse fim.

A APAC funciona com atuação de profissionais voluntários e remunerados, entre eles, pedagogo, assistente social, psicólogas, advogada, alguns instrutores e estagiários vindos das universidades da cidade. Inicialmente esse trabalho era visto com preconceito e reservas pela sociedade, mas hoje já se admite que a inclusão social dos apenados passa pela sua profissionalização e formação de valores, o que constitui a Missão da APAC.

APAC

CNPJ: 211962980001-07

Insc. Estadual: 702.297.376.0071

Rua Agenor Paes, 81

Centro, Uberlândia – MG

(34) 3087-0742 ou (34) 3084-1479

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá! Parabéns pela iniciativa de doar o macarrão para a APAC, afinal e ali são acolhidos jovens que são excluidos pela sociedade.
Abraço.